Quem são os 23?
Por que eles são perseguidos pelo velho Estado reacionário e seu podre poder judiciário?
Esses
23 jovens foram ativos participantes das jornadas de junho que sacudiu o
Brasil, no ano de 2013. Eles participavam, naquela época, da Frente
Independente Popular (FIP), que reunia diferentes movimentos e
organizações da juventude. No Rio de Janeiro, a FIP esteve à frente das
principais manifestações de 2013 e 2014, contra a Copa da Fifa e o
governo reacionário de Sérgio Cabral (hoje preso por corrupção). O Rio
de Janeiro foi a cidade onde ocorreram
com maior frequência as manifestações mais massivas e combativas. Na
impossibilidade de condenar os 1 milhão de manifestantes que ocuparam as
ruas da cidade, em outubro de 2013, o judiciário escolheu esses 23
ativistas para puni-los exemplarmente e, assim, servir de exemplo para a
população brasileira, trabalhadora e principalmente jovem, de que atos
de revolta e rebelião do povo não serão admitidos.
Neste
processo, além de companheiras e companheiros de nosso movimento, o
próprio MEPR está sendo condenado. Em sua acusação o MP-RJ afirma que:
“Estes membros [do MEPR] participam da coordenação da FIP e, ainda,
diretamente da prática de atos de agressão e vandalismo. Dos grupos que
integram a FIP, foi apurado que o MERP é o que apresenta perfil mais
violento, dedicando-se a promover o confronto com as forças de
segurança.”
A
condenação desses ativistas, portanto, é a tentativa do poder judiciário
de condenar frentes como a FIP e organizações como o MEPR e a antiga
OATL, é a tentativa de criminalizar a juventude combatente de junho: os
23 são 2013! Por isso, é dever de todos brasileiros e brasileiras
democratas, de toda a juventude rebelde de nosso país se levantar contra
a condenação dos 23. Devemos impulsionar a defesa desses ativistas e
dos movimentos perseguidos; lutar contra a escalada fascista e afirmar
com convicção: outros 2013 virão!
Rebelar-se é justo!
A
sentença do juiz Itabaiana é digna de um tribunal nazista. As provas
contra os 23 são depoimentos de policiais infiltrados nas manifestações.
Esses jovens são descritos, pelo juiz, como pessoas de “personalidade
distorcida” e o MP-RJ acusa esses movimentos estudantis de serem
“organizações criminosas armadas”. Itabaina ainda afirma que as
manifestações de 2013 eram “ações com o objetivo de causar terror e
pânico”.
De
fato, a grande burguesia brasileira, o latifúndio, o imperialismo e seus
monopólios de comunicação tremeram com as manifestações da juventude em
2013. No início daquele ano as lutas pelo passe-livre sacudiram as
cidades de Goiânia e Porto Alegre; mas foi em maio que a luta ganhou
dimensão nacional, quando uma manifestação de estudantes em São Paulo
foi brutalmente reprimida pela PM e as massas estudantis reagiram
quebrando bancos e ônibus. Em junho, as manifestações se alastraram em
todo o país, unificando-se em torno da consigna: “Não vai ter Copa!”.
Os
jogos da Copa das Confederações se transformaram, então, em batalhas
campais da juventude contra as forças policiais do velho Estado. A rede
Globo desde o início criminalizou as manifestações e tornou-se um de
seus bordões atribuir a combatividade dos protestos a uma “minoria de
vândalos”. Mas o que se viu nas ruas do país foi a maior parte de nosso
povo condenando a repressão policial e apoiando firmemente a rebelião da
juventude. Cansado de promessas, de mentiras e de enganações da
política oficial o nosso povo, cada dia mais, se convence de que só pela
violência revolucionária o nosso país poderá ser transformado. Por
isso, as massas apoiaram os jovens com rosto coberto quebrando as
vidraças dos bancos sanguessugas do povo e da nação e os vidros dos
ônibus de um transporte precário e absurdamente caro. Quem não se lembra
do reacionário Datena em sua enquete: “você apoia protesto com
baderna?” tendo que engolir, ao vivo, a maioria do povo de São Paulo
dizendo que: sim!
E os
fatos que ocorreram de 2013 para cá: a corrupção sem limites deste velho
Estado em decomposição, a falência completa do sistema de saúde, o
sucateamento de nossas universidades, o genocídio contra a juventude nas
favelas, tudo isso dá ainda mais razão para aqueles protestos. Todo
esse desmantelo contra o povo, toda a repressão policial que segue se
agravando, comprova que a rebelião das massas é justa! Os protestos de
2013, não visavam implantar o “pânico nem o terror” como acusa o MP-RJ,
pois isso já é a realidade do dia a dia de nosso povo. O levantamento de
junho de 2013 foi justamente o início de uma poderosa onda de rebelião
popular para derrotar o terror desse velho Estado, foi o despertar da
esperança para toda uma nova geração de revolucionários.
A terceira margem do rio
Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.
Bertolt Brecht
Dos
postulantes à presidência da república, na farsa eleitoral de 2018,
todos se colocaram contra a rebelião da juventude de 2013. Não foi à toa
que Alckmin (PSDB) e Haddad (PT), respectivamente governador e prefeito
de São Paulo, estiveram unidos na repressão contra a juventude; ou Ciro
Gomes, batendo boca com manifestantes em Fortaleza, ou Bolsonaro
defendendo os militares a “baixar a porrada”. E mesmo Boulos (PSOL)
desmarcando a manifestação na abertura da Copa da Fifa depois de ter
recebido um telefonema de Dilma.
Alckmin
e Bolsonaro, representam a margem direita do rio, a direita
demo-liberal e a abertamente fascista, Haddad e Boulos a margem
“esquerda”, a repressão aberta e a capitulação vergonhosa. Nós de 2013,
somos a terceira margem, somos a correnteza que tudo arrastou, que
sacudiu o país naquele ano e que em breve rebentará com fúria maior
ainda. Tanto a direita e a falsa “esquerda” se uniram no ataque àquele
levantamento, que inclusive foi acusado de “baderna” pela então
Presidenta Dilma e de “fascista” pelos intelectualoides petistas. E são
esses jovens agora que são condenados em um tribunal de exceção. O
motivo dessa condenação é tentar intimidar para que novos levantamentos
como esses não ocorram. Mas isso é impossível. Porque as mesmas razões
que produziram aquelas lutas, hoje estão ainda mais presentes em nosso
país; porque as contradições seculares de nossa pátria não podem ser
solucionadas nem pela via eleitoral, nem pela intervenção militar
golpista, só uma Grande Revolução pode tirar o Brasil da miséria.
É
este espírito revolucionário que está sendo condenado. Mas nas ruas, nas
estradas e nos campos de nosso país ele segue mais vivo do que nunca.
Está aí a greve dos caminhoneiros para comprovar; está aí o rechaço à
farsa eleitoral e o crescimento enorme do boicote às eleições. O
sentimento do povo de uma defesa difusa por uma “intervenção militar”
não pode ser confundido como uma tendência de direita. O fato de um
político militar-fascista estar no topo das pesquisas eleitorais só é
comprovação da frustração e desilusão da população com a política
oficial e do seu desespero diante da beira do abismo, para o qual
empurraram o país, este sistema de exploração e opressão, seu velho
Estado e regime político putrefatos. O que as massas anseiam é uma
transformação radical e profunda, se a esquerda revolucionária não se
apresentar, a direita fascista irá surfar nessa onda de revolta para
impor mais ataques aos direitos do povo sob a máscara de “defesa da
nação, da moral, da tradição, família e propriedade”.
Por
isso, defender os 23, exigir imediatamente a anulação desta condenação, é
parte da luta por dar uma saída revolucionária a essa crise que o nosso
país enfrenta. Defender os 23 é levantar a bandeira de 2013, agitar a
certeza de que só pela luta revolucionária poderemos transformar o país,
luta que não pode triunfar de forma rápida porque demanda a elevação da
consciência e organização política das massas do campo e da cidade,
através duma dura e prolongada batalha. O que vivemos hoje, não tem nada
de democracia e essa condenação é mais uma prova disso. Defender os 23 é
defender o direito de rebelião do povo contra toda a opressão!
Nós
do MEPR, convocamos todos lutadores do povo a apoiar e participar da
campanha em defesa desses 23 ativistas. Em cada escola, em cada bairro,
em cada vilarejo do interior agitemos essa bandeira, defendamos o
levantamento de 2013. Façamos ampla denúncia nos meses de setembro e
outubro para construirmos em novembro grandes manifestações nacionais.
Convocamos todo o movimento estudantil e da juventude a no dia 23 de
novembro, Dia Nacional de Luta da Pedagogia, realizar manifestações em
todo país em apoio a esses ativistas. Vamos desmascarar esse velho
Estado genocida e corrupto, essa condenação fascista e defender o
direito de rebelião de nosso povo!
Dia 23/11: Todos pelos 23!
Abaixo a repressão, o fascismo Não Passará!
MEPR – Movimento Estudantil Popular Revolucionário
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