Foto: Mídia 1508
Reproduzimos na íntegra a nota enviada pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) à Redação de AND através de correio eletrônico.
Segundo dados do Instituto de Segurança
Pública (ISP), somente nos primeiros quatro meses de 2019 foram
registradas 558 mortes decorrentes de intervenção policial no Rio de
Janeiro. De acordo com as estatísticas oficiais, a polícia militar NUNCA
MATOU TANTO NO RIO DE JANEIRO. Para citarmos os exemplos mais
alarmantes, no dia 5 de maio, por exemplo, oito pessoas foram mortas em
uma operação no complexo da Maré. Três meses antes, no dia 8 de
fevereiro, ocorreu a chacina do Fallet-Fogueteiro, em que 15 pessoas
foram mortas e segundo os relatos de moradores 9 dentro de uma mesma
casa foram executadas a facadas!
Não são poucos os casos em que após as
operações policiais, moradores relatam que execuções sumárias
aconteceram dentro das favelas.
No caso da Maré, moradores do Conjunto
Esperança, onde foi o foco da operação, disseram ter visto 3 jovens
ajoelhados no chão sem as armas tentando se render. Mesmo assim, os
policias atiraram: “não teve operação, teve massacre". Uma outra
moradora da comunidade, trabalhadora da educação disse: "estavam
atirando de cima pra baixo com o helicóptero! Tivemos que colocar todas
as crianças no refeitório e pedimos para que deitassem no chão, todos
ficaram apavorados".
Essas mortes estão dentro do contexto de
rastro de sangue que as forças policiais têm deixado nas favelas do Rio
de Janeiro nesses primeiros meses do ano.
Não podemos deixar de destacar o caso do
fuzilamento executado por soldados do exército que atiraram 257 vezes,
acertando 80, contra o carro de uma família na zona norte da cidade.
Faleceram o músico Everaldo dos Santos e o catador Luciano Macedo,
atingidos por diversos tiros de fuzil. Após o ocorrido, o silêncio
cúmplice do Alto Comando das Forças Armadas, além da esdrúxula afirmação
do atual gerente de turno, o fascista Bolsonaro, de que o “exército não
matou ninguém”, adiantaram a eventual impunidade dos envolvidos e do
próprio exército. Não tendo sido surpreendente a soltura dos executores
pelo Supremo Tribunal Militar no dia 23 de Maio.
E em todos os fatos quais respostas dão os porta vozes oficiais dos governos estadual e federal?
PARA OS AGENTES DA REPRESSÃO AS CONDECORAÇÕES, PARA O POVO O DESPREZO.
Tanto o governo Bolsonaro quanto Witzel
aprofundam as políticas genocidas dos governos anteriores, conduzindo ao
extermínio dos pobres, principalmente negros, com a desculpa do combate
ao tráfico de drogas. Política essa que já tem matado milhares de
pessoas no país, sem qualquer impacto significativo nas atividades
ilícitas, que manipulam muito dinheiro e envolvem gente “de bem” de
todas as esferas dos poderes, senadores, latifundiários, banqueiros.
Isso não vem de hoje, mas é resultado de anos de defesa de policiais
assassinos e da política de extermínio e encarceramento em massa contra
os pobres. Política essa mantida e aprofundada pelos anos de
gerenciamento petista, a exemplo da ocupação criminosa do Haiti, e apoio
político e financeiro às UPPs no Rio de Janeiro.
Diferentemente dos governos passados,
alguns fatos, como o uso dos atiradores de elite nas favelas –
denunciado durante meses pelos moradores de Manguinhos – e do caveirão
voador – helicóptero de guerra blindado utilizado pelas forças da
repressão – somente compravam que o que antes era realizado por baixo
dos panos agora está sendo feito de forma aberta e declarada: a GUERRA
CONTRA O POVO!
OU NÃO SERIA UM ATO DE GUERRA DISPARAR 257 TIROS DE FUZIL CONTRA O CARRO DE UMA FAMÍLIA?
Saudamos os moradores das favelas e
periferias, que não têm se deixado intimidar frente a esse ataque mortal
contra suas vidas e organizam protestos e manifestações. Recentemente
exemplos foram dados por trabalhadores do São Carlos, Complexo do
Alemão, Vidigal e Rocinha que fecharam vias, “desceram o morro”, e se
manifestaram por seus direitos e contra a violência policial.
Convocamos todos os democratas,
progressistas e defensores dos direitos do povo a cerrar fileiras contra
a GUERRA EM MARCHA CONTRA O POVO POBRE E TRABALHADOR, DA CIDADE E DO
CAMPO. Na situação política atual é dever dos que estão ao lado dos
trabalhadores do campo e da cidade ter participação ativa e denunciar o
genocídio da juventude trabalhadora, principalmente negra, e se
solidarizar com a luta das massas pelos seus direitos, direito a saúde,
educação, ir e vir, e fundamentalmente pelo direito à organização e
manifestação, pois como diz o velho ditado: “onde há opressão, há
resistência”.
COMBATER E RESISTIR CONTRA O TERRORISMO DE ESTADO!
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