Chefe do imperialismo ianque, Donald Trump
Segundo o órgão de imprensa cubano Cuba Debate, os
recentes movimentos das tropas reacionárias imperialistas ianques,
reportados por veículos de imprensa e fontes públicas, confirmam que o
USA está de fato em momento de preparação para desatar uma intervenção
militar contra a Venezuela, agressão essa que será realizada com a velha
desculpa de “ajuda humanitária”.
Como reporta o jornal Cuba Debate, o governo de Cuba
já alertava sobre voos militares das tropas reacionárias do USA pela
região do Caribe, desde o dia 13 de fevereiro de 2018, como parte dos
preparativos para a invasão ianque na Venezuela.
Segundo o próprio monopólio de imprensa ianque Washington Examiner, o
jornalista e perito militar britânico Tom Rogan assinala que “uma
importante presença naval e marítima do Estados Unidos está operando
perto da Colômbia e da Venezuela. A marinha do Estados Unidos está
navegando de
cinco a sete dias por semana em águas colombianas a apenas
600 quilômetros da fronteira com a Venezuela”. O artigo de Rogan foi
escrito no dia 13 de fevereiro de 2019.
O portal Cuba Debate diz que “as três pontas de
tridente do USA” (o Caribe, a Colômbia e o Brasil) foram visitados pelo
almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul do USA (órgão responsável
pelo planejamento de operações militares para defender os interesses do
imperialismo ianque na América Central, América do Sul e Caribe,
inclusive em águas territoriais dos países da região). As visitas
ocorreram durante as últimas semanas, acobertadas com a desculpa de que
estão se organizando para ajudar a crise humanitária na Venezuela.
Edilberto Carmona / Cubadebate
Movimentação de tropas no Caribe
Como denuncia o portal cubano, no Caribe, o USA
organiza um centro de distribuição de suplementos para “ajuda
humanitária” na ilha de Curaçao, que fica há poucos quilômetros da
fronteira com a Venezuela.
Contudo, não são apenas cargas de medicamentos e
comida que entram no território caribenho. Entre os dias 6 e 10 de
fevereiro foram realizados voos da aeronáutica ianque até o aeroporto
Rafael Miranda de Porto Rico, uma base aérea em San Isidro, na República
Dominicana. Há também informes de voos em outras ilhas estratégicas no
Caribe, ainda segundo a denúncia do portal cubano.
Agora, há o anúncio de que a Marinha do USA implantou
um Grupo de Ataque de Porta-Aviões (GAP) no Oceano Atlântico e na costa
da Flórida.
A frota consiste no porta-aviões USS Abrahm Lincoln
(CVN-72), um cruzador de mísseis e quatro contratorpedeiros, bem como
uma fragata da Marinha espanhola convidada a participar.
“As GAPs têm recursos de plataforma cruzada para
operar onde e quando necessário. Além de ter flexibilidade e
sustentabilidade para combater guerras em grande escala e garantir a
liberdade dos mares, as GAPs são símbolos visíveis e poderosos do
compromisso do Estados Unidos com seus aliados, parceiros e amigo.”,
disse um comunicado de imprensa oficial do Marinha americana.
Mais tropas ianques na Colômbia
O periódico Cuba Debate reitera o papel da Colômbia
no processo da intervenção militar ianque na Venezuela e ressalta que
desde a época do Plano Colômbia, inaugurada em 1999, a Colômbia é um dos
principais aliados militares do USA na região. Washington estava
prestes a instalar formalmente sete bases militares em território
colombiano durante o mandato de Álvaro Uribe, mas uma decisão do
Tribunal Constitucional bloqueou o plano.
Essa aliança estreita atingiu as manchetes no final
de janeiro, quando o Conselheiro de Segurança Nacional na Casa Branca,
John Bolton, "acidentalmente" deixou escapar o que estava escrito em
seu bloco de notas: o plano de enviar 5 mil soldados do USA para a
Colômbia, como parte da operação contra a Venezuela. No entanto, Bogotá
encontrou uma maneira de contornar a oposição e, finalmente, autorizou a
presença ianque a implantação de logística nas principais instalações
militares do país andino.
O próprio presidente Donald Trump não descartou a
ideia e, quando perguntado sobre isso durante uma reunião com seu colega
colombiano, Ivan Duque, ele simplesmente disse: "Vamos ver".
O presidente da Colômbia, por sua vez, se recusou a
responder "sim" ou "não" a possibilidade de que a Colômbia vai permitir
a entrada de tropas ianques, apesar do jornalista Bricio Segovia (Voz
da América), pedir o mesmo em várias ocasiões:
Durante a entrevista, Segovia pergunta a Iván Duque:
— A Colômbia estaria disposta a receber 5.000 soldados em seu território?
Ao que o presidente colombiano respondeu: — Não sou bom em ler cadernos de outras pessoas.
Segovia insiste: — Você esteve com ele (John Bolton) recentemente.
— O que eu posso dizer é que estamos
trabalhando duro para a libertação do povo venezuelano e estamos fazendo
isso com um cerco diplomático bem-sucedido. Esse cerco diplomático é
sem precedentes. Esse cerco diplomático isolou o ditador. Esse cerco
diplomático é irreversível e a continuidade disto virá do efeito dominó
que deve ser ativado pelas Forças Militares da Venezuela — responde Duque.
— Mas a Colômbia está disposta a receber tropas militares em seu território? — Segovia responde.
— Eu tenho sido claro, a solução em que
acredito está no cerco diplomático. A continuidade do cerco diplomático
deve ser o efeito dominó que será gerado na Venezuela quando mais
membros das Forças Armadas depositarem sua lealdade a Juan Guaidó — ressalta Iván Duque.
— Então, a Colômbia não está disposta a receber tropas americanas em seu território... — esclarece Segovia.
— Nós fomos claros. O mais importante para a Venezuela alcançar a liberdade é o cerco diplomático, diz Duque.
— Então, é um não? — insiste Segovia
— O cerco diplomático é a ferramenta
mais importante que tem sido visto na história da América Latina. Então,
acho que é um grande triunfo para comemorar. A continuidade disto é
representada pelo fato de que há mais soldados, assim como aqueles que
já o fizeram nos últimos dias, entregando sua lealdade e juramento a
Juan Guaidó.
— Com licença, senhor presidente, mas
você não está respondendo a pergunta. A Colômbia está disposta a receber
tropas dos EUA em seu território? — Segovia insiste novamente.
— Eu responderei de novo — Duque diz.
Mas Segovia o interrompe: Sim ou não? Não tem nuances esta questão.
— É que, como não tem nuances, reitero que acredito convincentemente na importância do cerco diplomático — conclui Duque.
Segovia pediu a seus seguidores em sua conta no Twitter que tirassem suas próprias conclusões após a evasão do presidente.
Embora a chegada dos 5 mil militares ainda não tenha
sido confirmada, o USA já têm um transporte aéreo da base militar de
Homestead, na Flórida, para a cidade colombiana de Cúcuta, a 2,6 mil
quilômetros de distância.
Para as operações, são utilizados pelo menos três
aviões de transporte militar pesado C-17 Globemaster III de longo
alcance, fabricados pela Boeing e capazes de transportar 180 toneladas e
entre 80 e 100 tripulantes.
Homestead é também a sede do controverso Comando Sul.
Bloco de notas de Bolton com o plano de enviar 5 mil tropas reacionárias ianque para a Colômbia.
O papel do Brasil na intervenção
O Brasil também tem um papel a cumprir na intervenção
militar do USA e o governo militar tem feito sinalizações a favor da
mesma. Em uma das primeiras entrevistas depois
de assumir o cargo de presidente, o fascista e serviçal do imperialismo
ianque, Bolsonaro, garantiu ao canal do SBT a possibilidade de instalar
uma base militar norte-americana no país, porém voltou atrás na
decisão.
O chefe do Comando Sul do USA esteve na semana
passada no Brasil e foi recebido pelo Ministro das Relações Exteriores,
Ernesto Araújo, com quem discutiu o "caso da Venezuela".
Bolsonaro já comprometeu-se a usar o estado de
Roraima como um centro de coleta para a alegada ajuda humanitária contra
a Venezuela e, portanto, para o desdobramento logístico do USA. No
entanto, também voltou atrás por conta de grande pressão pública.
A tarefa dos maoistas na intervenção ianque contra a Venezuela
Segundo a declaração conjunta assinada por Partidos e
Organizações maoistas em condenação à intervenção direta do
imperialismo ianque na Venezuela, publicado no blog Servir ao Povo em
2019, o papel dos maoistas na Venezuela durante a época de intervenção
militar direta ianque é “levantar a palavra de ordem de forjar uma ampla
frente nacional anti-imperialista, fundir-se com os operários,
camponeses,a pequena burguesia, burguesia nacional e membros de todas as
outras classes que estão dispostos a enfrentar o agressor imperialista e
seus lacaios, com exceção de um punhado de traidores. É necessário
promover ativamente o armamento geral do povo no campo e na cidade para
preparar uma ampla guerra de resistência, como uma luta armada, lutando
para dirigi-la e, no curso da luta de massas, reconstituir seu Partido
Comunista, como um Partido Comunista marxista-leninista-maoista
militarizado, para transformar a luta armada de resistência em guerra
popular de libertação nacional. Cabe aos maoístas preparar a aplicação
de uma ampla guerra de guerrilhas que tome o campo como principal e as
cidades como um complemento necessário”.
“Os maoístas, como representantes do proletariado e
da sua vanguarda emergente, são responsáveis, partindo do princípio da
independência e da autodeterminação, a aplicar a unidade e a luta com as
outras forças que conformam o povo na atual situação política, onde a
contradição entre o imperialismo nacional está se tornando principal. É
necessário exigir que se proceda conscientemente para reformar o sistema
que rege o exército e o sistema político, expandindo a democracia,
desenvolvendo o movimento de massas independente, reforçando a educação
para a defesa nacional, reprimindo os lacaios e outros colaboradores,
desenvolvendo a indústria de guerra e melhorar as condições de vida do
povo.”, convocam os partidos e organizações maoistas.
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