O
ex-vice-presidente paraguaio e latifundiário Oscar Denis foi capturado
pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP) no dia 9 de setembro, em resposta
ao assassinato de duas crianças, uma de 11 e outra de 12 anos, filhas de comandantes do EPP, por uma “Força-tarefa” do velho Estado paraguaio.
Denis
foi capturado em sua fazenda na fronteira entre os departamentos de
Concepción e Amambay pela Brigada Indígena de Justiçamento de Carrascos
de Fazendas do EPP.
Os
guerrilheiros deixaram um panfleto no local que constava: “Que todos os
maus-tratos, abusos e injustiças sofridos pelas comunidades indígenas,
seja por patrões, administradores, capatazes ou carrascos,
latifundiários brasileiros de soja e menonitas que os envenenam e os
despejam de suas terras não fiquem impunes. A Brigada Indígena de Justiçamento de Carrascos de Fazendas aplicará a justiça revolucionária. Viva a luta dos pobres!".
Os
militares responsáveis pela investigação disseram que entre os
guerrilheiros estavam várias pessoas com "características indígenas" e
que, como o resto, estavam descalços e vestidos com uniformes de
camuflagem.
Os
panfletos assim foram encontrados pela primeira vez em 9 de julho de
2019, após um ataque armado a um latifúndio de um brasileiro no
departamento de Amambay.
Denis,
o político e latifundiário capturado, era uma figura de grande
importância política e econômica, tendo sido governador de Concepción,
deputado desse departamento, chefe do Partido Liberal e depois
vice-presidente do governo de turno de Federico Franco (2012-2013).
Para
soltar o carrasco, os guerrilheiros exigem 2 milhões de dólares em
alimentos doados para as comunidades dos departamentos de San Pedro,
Amambay, Concepción e Canindeyú, e exigem ainda a libertação de
prisioneiros de guerra.
Oscar Denis, ex-vice-presidente paraguaio, sequestrado pelo EPP no dia 9 de setembro. Foto: Reprodução.
Crianças filhas de dirigentes do EPP assassinadas pelo Exército reacionário paraguaio. Foto: Reprodução.
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