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O primeiro fim de semana de 2014 foi marcado pela resistência da população pobre de São Paulo contra a violência policial em três regiões da capital.
Durante a madrugada do dia 6 de janeiro, moradores da zona Leste enfrentaram a PM com paus, pedras e rojões. Os protestos tiveram início na noite do dia 5, quando um ônibus foi incendiado em Cidade Tiradentes. O motivo das manifestações teria sido a morte de um homem pela polícia.
Seis viaturas da Força Tática foram acionadas. Os agentes da repressão lançaram bombas de efeito moral e balas de borracha contra os manifestantes. Um homem foi detido acusado de acender um rojão.
Em declaração à um grande canal de TV, um morador afirmou: “Foi o Júnior que morreu. Chegaram dando tiro no moleque, sapecaram o moleque… [a polícia] já chega batendo, mata, espanca”. Outro morador questionou: “Os policiais vêm de moto, toca ninja, roupa preta, capacete, e sai metendo tiro na comunidade aqui?”.
Dois dias antes, no sábado, dia 4 de janeiro, outra manifestação já havia ocorrido em Jabaquara, na zona Sul da cidade. A população se revoltou contra uma bala perdida que atingiu um menino de três anos durante um suposto tiroteio entre a PM e bandidos comuns. Em justa revolta, três ônibus foram quebrados e dois incendiados. Felizmente o garoto passa bem.
Ainda no dia 5, na zona Norte, um grupo de manifestantes apedrejou um ônibus e ergueu barricadas em chamas contra a morte de mais uma pessoa baleada pela polícia. Em manifestação, os moradores gritavam palavras de ordem exigindo ‘justiça!’.
As novas e justas manifestações da população dos subúrbios paulistas adentram 2014 com um repúdio ainda maior contra a covarde e conhecida brutalidade da Polícia Militar fascista. No fim do ano passado, várias rebeliões populares ocorreram nas periferias. Entre elas destaca-se a de Jaçanã, na zona Norte, em meados de outubro, quando moradores se revoltaram contra o assassinato do jovem Douglas Martins.
Os jornais e telejornais do monopólio da imprensa, como não poderia deixar de ser, dedicaram páginas e generosos minutos de seu espaço para criminalizar os manifestantes taxando-os de “vândalos” e “criminosos”. Esse é o padrão de “jornalismo” dessa gente: protestos legítimos do povo são tratados como “baderna”. Já os assassinatos cometidos pela polícia genocida são “equívocos” e não merecem tanto destaque assim nos noticiários. Como já dissemos, toda esta campanha histérica é uma simples demonstração do medo que o monopólio da imprensa vendida tem das grandes manifestações que se avizinham.