Manifestação ocorrida ontem. Em favor da
VIDA no Complexo da Maré. Contra a criminalização da pobreza e o
genocídio do povo pobre e negro.
Mais uma vez a Polícia e o Exército
transformaram um protesto legítimo, pelo direito à vida e contra os
crimes cometidos pelo Estado, numa total praça de guerra. Ataques de
bomba de gás lacrimogênio, que não paravam de cruzar o céu mareense,
atingiram as casas dos moradores que, deseperados, precisaram socorrer
seus filhos e filhas. Muitas bombas de
efeito moral, tiros de bala de borracha e de arma de fogo foram
disparados. As incessantes rajadas de pistolas e fuzis, por parte da
Polícia e do Exército, demonstraram o teor de intimidação e covardia. É,
de fato, um recado para que o povo pobre e negro não se manifeste, não
proteste; que aceite “calado” as injustiças sociais diárias.
Felizmente, não funcionou. A manifestação
seguiu firme diante de toda a intimidação. E quando o protesto pacífico
foi reprimido com tiros de fuzil pelas “Forças de Pacificação” e bombas
de efeito moral e de gás lacrimogênio atiradas pela PM, moradores se
revoltaram e revidaram; começaram a sair às ruas aos montes e a
responder ao ataque da Tropa de Choque com pedras, garrafas e fogos de
artifício.
A população das favelas e periferias do
Rio de Janeiro vivem no que podemos chamar de “Apartheid democrático”,
onde o “Estado Democrático de Direito” é, na verdade, uma Ditadura da
Burguesia. Com suas leis burguesas impõem uma segregação social e
racial.
A revolta do povo pobre e negro, dos
explorados e oprimidos, e neste caso em especial, dos moradores do
Complexo da Maré é mais do que justa. É necessária!
Viva a luta do povo!