O
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) repudia o fuzilamento
do músico Evaldo dos Santos Rosa por soldados do Exército brasileiro em
Guadalupe – RJ em 07/04 último. Repudia também os ferimentos a bala sofridos
por seu sogro, que o acompanhava no carro e por um homem, catador de lixo, que
se dispôs a ajudá-lo, todos receberam tiros pelas costas e o CEBRASPO se
solidariza com a dor dos familiares dessas pessoas.
Inicialmente,
de forma mentirosa e cínica, o Comando Militar do Leste tentou usar de velha
justificativa e disse que os militares atiraram contra criminosos que
praticaram assalto na região. Porém, a verdade apareceu rapidamente e o fato
gerou grande insatisfação na sociedade, obrigando o Exército reacionário a
“mudar de opinião”, afirmar que iria “apurar o caso” e prender os envolvidos.
Nenhuma
autoridade federal nem estadual se solidarizou ou pediu desculpas à família,
escancarando, mais uma vez, o papel das Forças Armadas reacionárias: reprimir
os pobres e defender esta velha ordem protegida a ferro e fogo pelo velho
Estado burguês-latifundiário brasileiro.
Seria
muito fácil se referir ao acontecimento como fatalidade, tal qual o fez o
Ministro da Justiça Sérgio Moro, dizendo “essas coisas podem acontecer”, ou
como “fato isolado” e “acidente”, como disse o Ministro da Defesa, afinal, é
mais fácil atribuir a erro dos soldados a fuzilaria de uma família com crianças
no carro, e dar, inclusive, uma penalidade somente a eles.
Entretanto,
esses soldados não fariam o que fizeram, dar 80 tiros sem resistência por parte
dos ocupantes do carro, se não estivessem incentivados pelos chefes a fazê-lo e
se não tivessem certeza da sua boa vontade e impunidade, ao ponto de agir com
deboche perante a dor da família que mostrou a presença de crianças no carro.
Tanto
o governo Bolsonaro, quanto Witzel, aprofundam as políticas genocidas dos
governos anteriores, conduzindo ao extermínio dos pobres, principalmente
negros, com a desculpa do combate ao tráfico de drogas. Política essa que já
tem matado milhares de pessoas no país, sem qualquer impacto significativo nas atividades
ilícitas, que manipulam muito dinheiro e envolvem gente “de bem” de todas as
esferas dos poderes, senadores, latifundiários, banqueiros.
Uma
só investigação persistente, a do assassinato brutal da vereadora Marielle
Franco, apreendeu mais armas do que as operações que a PM e o Exército fazem
nas favelas, 117 fuzis foram encontrados em aparelhos de milicianos, sem matar
ou ferir uma só pessoa.
Em
2018, no Rio de Janeiro sob intervenção militar, foram oficialmente registradas
1.532 mortes cometidas por policiais, sem mencionar os desaparecimentos
forçados, somente nesse início de ano, no mês de janeiro, foram mais de 170
mortos. Essa é a política de massacre e extermínio que o Estado oferece ao
povo. Toda solidariedade a Luciana Nogueira e sua família!
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