Saturday, April 13, 2019

Brasil - RJ: NOTA DE REPÚDIO AO FUZILAMENTO DE EVALDO ROSA PELO EXÉRCITO BRASILEIRO EM GUADALUPE


O Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (CEBRASPO) repudia o fuzilamento do músico Evaldo dos Santos Rosa por soldados do Exército brasileiro em Guadalupe – RJ em 07/04 último. Repudia também os ferimentos a bala sofridos por seu sogro, que o acompanhava no carro e por um homem, catador de lixo, que se dispôs a ajudá-lo, todos receberam tiros pelas costas e o CEBRASPO se solidariza com a dor dos familiares dessas pessoas.
Inicialmente, de forma mentirosa e cínica, o Comando Militar do Leste tentou usar de velha justificativa e disse que os militares atiraram contra criminosos que praticaram assalto na região. Porém, a verdade apareceu rapidamente e o fato gerou grande insatisfação na sociedade, obrigando o Exército reacionário a “mudar de opinião”, afirmar que iria “apurar o caso” e prender os envolvidos.
Nenhuma autoridade federal nem estadual se solidarizou ou pediu desculpas à família, escancarando, mais uma vez, o papel das Forças Armadas reacionárias: reprimir os pobres e defender esta velha ordem protegida a ferro e fogo pelo velho Estado burguês-latifundiário brasileiro.
Seria muito fácil se referir ao acontecimento como fatalidade, tal qual o fez o Ministro da Justiça Sérgio Moro, dizendo “essas coisas podem acontecer”, ou como “fato isolado” e “acidente”, como disse o Ministro da Defesa, afinal, é mais fácil atribuir a erro dos soldados a fuzilaria de uma família com crianças no carro, e dar, inclusive, uma penalidade somente a eles.
Entretanto, esses soldados não fariam o que fizeram, dar 80 tiros sem resistência por parte dos ocupantes do carro, se não estivessem incentivados pelos chefes a fazê-lo e se não tivessem certeza da sua boa vontade e impunidade, ao ponto de agir com deboche perante a dor da família que mostrou a presença de crianças no carro.
Tanto o governo Bolsonaro, quanto Witzel, aprofundam as políticas genocidas dos governos anteriores, conduzindo ao extermínio dos pobres, principalmente negros, com a desculpa do combate ao tráfico de drogas. Política essa que já tem matado milhares de pessoas no país, sem qualquer impacto significativo nas atividades ilícitas, que manipulam muito dinheiro e envolvem gente “de bem” de todas as esferas dos poderes, senadores, latifundiários, banqueiros.
Uma só investigação persistente, a do assassinato brutal da vereadora Marielle Franco, apreendeu mais armas do que as operações que a PM e o Exército fazem nas favelas, 117 fuzis foram encontrados em aparelhos de milicianos, sem matar ou ferir uma só pessoa.
Em 2018, no Rio de Janeiro sob intervenção militar, foram oficialmente registradas 1.532 mortes cometidas por policiais, sem mencionar os desaparecimentos forçados, somente nesse início de ano, no mês de janeiro, foram mais de 170 mortos. Essa é a política de massacre e extermínio que o Estado oferece ao povo. Toda solidariedade a Luciana Nogueira e sua família!

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