Celebração dos 200 anos de Karl Marx nas ruas do Centro de Belo Horizonte (MG), maio de 2018
Por
ocasião da passagem do 1º de Maio - o Dia do Internacionalismo
Proletário - reproduzimos materiais produzidos pelo jornal A Nova
Democracia em anos anteriores sobre a importância da data. Neste ano de
2019, os operários, camponeses, estudantes, mulheres do povo,
trabalhadores e trabalhadoras em geral, com suas as organizações de luta
classistas e revolucionárias, nos quatro cantos do mundo, novamente
preparam massivas manifestações contra a exploração e opressão impostas
pelo imperialismo.
Ao mesmo tempo, avançam nos
continentes as lutas de libertação nacional (Palestina, Afeganistão,
Iraque etc) e as Guerras Populares dirigidos por autênticos partidos
comunistas, como são os casos da Índia, Filipinas, Peru etc.
No Brasil, o povo se organiza
contra as medidas do governo de Bolsonaro - tutelado pelo Alto comando
das Forças Armadas reacionárias -, como a 'reforma' da Previdência, a
entrega do nosso país ao imperialismo (principalmente ianque) e todos os
ataques aos direitos dos trabalhadores. Além disso, os camponeses
pobres avançam na luta pela Revolução Agrária e as massas da cidade e do
campo se mobilizam em torno da preparação da Greve Geral de Resistência
Nacional.
Nos próximos dias, a página de AND noticiará as manifestações internacionais ocorridas neste 1º de Maio.
Viva o 1º de Maio!
Adaptação de trechos de texto da Liga Operária publicado em AND nº 139 (maio de 2016)
1º de Maio realizado pela Liga Operária em Belo Horizonte (MG), 2018
Há 133 anos, milhares de operários, a
maioria imigrantes, tomaram as ruas de Chicago, nos Estados Unidos,
desfraldando a reivindicação de jornada de oito horas de trabalho em
protesto contra a superexploração e a opressão a que eram submetidos.
Combateram as forças de repressão e vários verteram seu sangue nas
combativas lutas pela reivindicação trabalhista e pela libertação da
classe. No 1º de Maio de 1886, as organizações sindicais classistas
acordaram que os trabalhadores deviam impor a jornada de oito horas e
fechar as portas de qualquer fábrica que não aderisse. A demanda de oito
horas iria se transformar, de uma reivindicação econômica dos
trabalhadores contra seus patrões imediatos, em uma reivindicação
política de uma classe contra outra.
O folheto que circulou em Chicago, em 1885, já conclamava:
“Um dia de rebelião, não de descanso! Um
dia não ordenado pelos porta-vozes arrogantes das instituições que têm
algemados os trabalhadores! Um dia em que o trabalhador faça suas
próprias leis e tenha o poder para executá-las! Tudo sem o consentimento
nem aprovação dos que oprimem e governam. Um dia que, com uma força
tremenda, o exército unido dos trabalhadores se mobilize contra aqueles
que hoje dominam o destino dos povos de todas as nações. Um dia de
protesto contra a opressão e a tirania, contra a ignorância e as guerras
de todos os tipos. Um dia para começar a desfrutar de oito horas de
trabalho, oito horas de descanso e oito horas para o que nos agradar.”
1º de Maio na Áustria, 2018
Durante essas jornadas de lutas
operárias em Chicago, as forças policiais a serviço da burguesia
atacaram as massas com selvageria, assassinaram vários operários,
encarceraram e processaram oito dirigentes proletários. O julgamento
durou vários meses e as palavras do promotor Julius Grinnell mostravam o
temor da burguesia e a manipulação para condenar os dirigentes
operários: “A lei está em julgamento. A anarquia está em julgamento. O
júri escolheu e acusou estes homens porque eles eram os dirigentes. Eles
não são mais culpados do que os milhares que os seguiram. Senhores do
júri, condenem a estes homens, deem-lhes um castigo exemplar,
enforquem-os e salvem nossas instituições, nossa sociedade”.
August Spies, Adolf Fischer, George
Engel e Albert Parsons foram cruelmente enforcados no dia 11 de novembro
de 1887. Louis Lingg havia sido encontrado morto um dia antes em sua
cela. Oscar Neeb foi condenado a 15 anos de trabalho forçado. Michael
Schwab e Samuel Fielden foram condenados à prisão perpétua e depois
tiveram comutadas suas penas devido ao grande protesto e justa revolta
que gerou o processo farsante. Prestes a ser enforcado, August Spies
pronunciou com firmeza: “A voz que vais sufocar será mais poderosa no
futuro que quantas palavras pudesse eu dizer agora!”
1º de Maio no Equador, 2018
Os dirigentes operários não só
desmascararam categoricamente as acusações, mas também denunciaram as
armações políticas do julgamento tramado pela burguesia. Os discursos
que pronunciaram no tribunal, assim como seus comportamentos, são
exemplos admiráveis de valentia e de integridade.
Seguem ecoando fortes as firmes e
contundentes palavras pronunciadas pelos dirigentes das heróicas
jornadas operárias de 1886 em Chicago. Pronunciadas por esses dirigentes
operários que não delataram, não traíram seus ideais nem seus
companheiros, ao contrário do comportamento abjeto de delatores e
alcaguetes que têm assumido atualmente no Brasil os políticos e
empresários presos com os bolsos e cofres atolados de propinas, roubo e
corrupção.
1º de Maio em Austin, Texas, USA, 2017
As bandeiras continuam erguidas
Trechos de texto publicado em AND nº 9 (maio de 2003)
Transformado pelo imperialismo em “Dia
Internacional do Trabalho”, o 1º de Maio – data em que a classe operária
celebra o Internacionalismo Proletário – vem sendo desvirtuado pelas
classes dominantes e pelo oportunismo, que fazem deste dia de luta uma
festa demagógica, com shows e sorteio de prêmios. No entanto,
organizações classistas no Brasil e em muitos outros países vêm levando à
frente a combativa tradição do proletariado, erguendo alto as bandeiras
vermelhas da classe operária.
O 1º de maio, celebrado em todo o mundo
pelo proletariado, é uma data marcada na história com sangue e luta
operária. Nesse dia, no ano de 1886, milhares de trabalhadores
estadunidenses exigiram seus direitos nas ruas, sendo duramente
reprimidos pela polícia, o que resultou na morte e encarceramento de
inúmeras pessoas. A partir de então, nos anos seguintes, em todos os
países, a classe operária passou a celebrar o 1º de Maio como um dia de
luta contra exploração capitalista.
1º de Maio em Londres, Inglaterra, 2013
Dos ventos de rebeldia que sopraram em
Chicago até os nossos dias, o desejo dos trabalhadores de transformar o
mundo só cresceu. Incontáveis lutas e enfrentamentos foram
protagonizados pelo proletariado que, em sua primeira grande onda
revolucionária, logrou desfechar poderosos golpes na dominação
imperialista. Três momentos podem ser destacados nessa heróica
trajetória, pela amplitude histórica que tiveram e pelo lastro que
deixaram: a Comuna de Paris, de 1871, primeira tentativa de tomada do
poder pela classe operária; a Grande Revolução de Outubro, na Rússia, de
1917, dirigida pelo Grande Lenin, e a Revolução Chinesa, de 1949,
chefiada pelo Presidente Mao Tsetung.
Nesse mais de 100 anos passados das
lutas do 1º de Maio no USA, e em meio a todas as revoluções que se
processaram nesse período, surgiu e se desenvolveu também uma corrente
inimiga da classe operária: o oportunismo. Este, gerado e alimentado
pelo capital financeiro internacional, tentou dividir e espalhar a
confusão nas fileiras proletárias, alcançando relativo êxito em alguns
países por um determinado tempo. Porém, tais vitórias não têm caráter
definitivo: as lutas atualmente empreendidas pelas organizações
classistas mundo afora vêm revelando — ainda que não totalmente — a
amplitude das forças operárias.
1º de Maio na Rússia, 2012
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