a nova democracia
O Tribunal Criminal de Lima rejeitou, no dia 30 de
março, o pedido de Habeas Corpus para o Dr. Abimael Guzman, o Presidente
Gonzalo, mais importante prisioneiro de guerra do Peru. Seu advogado,
Alfredo Crespo, entrou com o pedido, pois Abimael, devido a sua elevada
idade e problemas de saúde, como pressão alta, está no grupo de risco da
Covid-19. Sua vida em meio às péssimas condições do cárcere peruano
corre sério risco, argumenta. O pedido agora será feito a Câmara
Criminal Superior.
No recurso o advogado Alfredo Crespo reclamou que a
decisão de negar o Habeas Corpus foi meramente política e
discriminatória, tanto que sequer foi investigada as condições as quais
Abimael está submetido e nenhum exame médico foi realizado.
O advogado também lembrou em seu recurso das
condições nas quais se encontra as penitenciárias peruanas que, segundo o
próprio Instituto Penitenciário Nacional (Inpe), em fala de seu
ex-presidente, César Cárdenas Lizarbe, no dia 20 de fevereiro de 2020,
“o sistema penitenciário está em estado de emergência até janeiro de
2021, e há superlotação crítica com cerca de 90 mil pessoas presas, o
sistema penitenciário está em colapso”.
Alfredo Crespo também lembrou que em uma situação
parecida, a do ex-primeiro ministro Cesar Villanueva, que pediu a
variação da detenção preventiva para prisão domiciliar, o tribunal levou
em consideração a pandemia de Covid-19 para aprovar o pedido.
Embora o advogado faça parte do Movimento pela
Anistia e Direitos Fundamentais (Movadef), uma fração revisionista que
rompeu com o Partido Comunista do Peru e com a Guerra Popular, fica
evidente o caráter político da detenção do Presidente Gonzalo.
Segundo afirmou a Associação de Nova Democracia Peru, em texto enviado ao AND em
2014: “O Presidente Gonzalo permanece absolutamente isolado desde a sua
detenção em uma Base da Marinha de Guerra (primeiro na ilha ‘San
Lorenzo’ e logo em Callao). As delegações do Comitê Internacional de
Emergência para a defesa de sua vida, que de 1993 até 2001 viajaram a
Lima para entrevistá-lo, se viram impedidas de fazê-lo porque os mandos
da Marinha de Guerra negaram toda autorização de visita para vê-lo. Em
novembro de 2004, a Sala Especial Penal, encarregada de levar a cabo o
novo processo contra o Presidente Gonzalo se viu obrigada a suspendê-lo
quando o Presidente, com o punho em alto, com voz de combate, agitou as
consignas pela guerra popular, o Partido, o maoísmo, mas nenhuma para ‘a
paz e a reconciliação’”.
Desde sua detenção, apenas aos revisionistas, como os
do Movadef, são autorizados a ter contato com o Presidente Gonzalo, que
não têm acesso às informações do mundo exterior. Mesmo durante os
julgamentos, "somente os advogados da Linha Oportunista de Direita
(LOD), Crespo [o atual advogado] e Gamero, e seus coacusados da LOD
podem intercambiar com ele alguns gestos", explica a Associação.
A LOD estruturou-se em 1992, após a captura do
Presidente Gonzalo e grande parte dos membros do Comitê Central, com o
suporte da CIA ianque e da reação peruana, com o propósito de parar a
Guerra Popular, atacar o pensamento gonzalo e liquidar o Partido
Comunista do Peru.
Figura em homenagem ao Presidente Gonzalo e a Guerra Popular no Peru, dirigida pelo PCP.
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